Querida Alê,

Querida Alê,

Não tenho ideia se este ano é melhor que 2015, mas espero com todo amor que sim. Há 35 anos você tinha lindos planos para 2050. Queria fazer Biologia e cuidar das tartarugas. Como era lindo ouvi-la emocionada falar dos danos causados a este pobre animal. Isso me enchia de orgulho, pois conseguia ler em seus olhos lacrimosos a sua alma generosa.
“Quem planta colhe”, esta foi a frase que motivou minha existência. Sempre conduzi minha vida no temor de Deus. E sempre acreditei que os filhos são exemplos dos pais ( quantas vezes conversamos sobre isso!)

Confessei-lhe inúmeras vezes que não tinha outro filho por meu amor ser incondicionalmente seu. Por você trabalhei, viajei, vivi…. Por você idealizei um mundo melhor e lutei incessantemente por ele.

Por amor a você trabalhei no projeto: “Quem ama cuida! Cuide…”; com objetivo de criar nos moradores de Santa Rita de Ibitipoca (você visita sempre esta cidade? Espero que sim, pois é o lugar que mais amei em vida.) uma visão ecológica. A ideia era criar uma educação ambiental para que, além das belezas naturais existentes lá, as pessoas tivessem uma beleza interior capaz de cuidar de seu lugar e consequentemente demonstrar amor a seus filhos.

Entendeu onde você encaixa? Se eu realmente a amo, minhas ações têm que ser de cuidar deste mundinho aqui, para que você não sofresse os impactos de minhas más ações aí.
Por essa razão acredito que 2050 seja melhor, pois dei o melhor de mim, investi, corri atrás. Não fiz projetos de papel; dentro de minhas limitadas condições conscientizei, denunciei, agi.

Previa-se que haveria mais falta de água e um calor muito grande; mas creio que o homem tenha mudado seus hábitos.

Espero que continue uma ambientalista (mesmo que a vida tenha tomado outro rumo e sua profissão mudado). Ambientalista de verdade não possui títulos acadêmicos, já é nato.
Neste momento, há de tocar seu rosto uma leve brisa, não se assuste de um jeito ou de outro estou beijando sua linda face com a ajuda da natureza que tanto amamos.

Eterno amor, Juraci